Breves
explicações: eu vivo sumindo e aparecendo por aqui, confesso que é muito difícil
manter uma rotina em um blog, horas porque as atividades do dia não deixam e
horas porque o mundo tá tão nas suas costas que você não consegue sintetizar
nada, mesmo que você precise desse peso pra escrever, afinal é seu jeito de por
pra fora, cá estou eu para por.
Não
quero descrever-me em palavras completas, com riqueza de detalhes, e isso é sim
o meu orgulho falando alto, não quero que haja percepção sobre o que digo,
embora se o alvo ler, vai saber de cara, espero que não leia, por vaidade
minha, não quero...
Foi inevitável
sentir o tão negado, mas não foi difícil esconder, nem para mim mesma,
simplesmente fui mentindo ao longo dos meses para qualquer um que me
perguntasse, e até para mim quando a mim mesma indagava - será? FOI!
Cá
estou eu, ainda com a farda do trabalho e quisera eu estar sentindo em mim
cheiro de rua, mas teu cheiro ainda se faz presente em mim, maldita essência de
saudade que tu tem, moço.
Depois
de um final de semana inteiro de porre, cachaça, choro, grito e verdade onde
depois de tanto tempo acabei descendo, ou pior caindo do meu salto, ponho-me
mais uma vez de pé, só que desisti do meu salto 15 cm e pose de mulherão,
resolvi por minhas sapatilhas confortáveis para poder dançar, já que gosto
tanto assim de seduzir a vida, o salto 15 me faz perder o compasso e cair,
quero da próxima vez rodopiar sem medo, sem o disfarce de ser mais alta, mais
imponente, quero minha pose natural, se assim eu cair, pelo menos a queda será
bem menor, bem menos dolorosa, afinal, estarei no meu patamar com minha
sapatilha moleca tamanho 36 que estão novinhas, meu sapato alto é que já está
surrado demais.
Mais
uma vez traguei a minha própria alma
olhando o dia amanhecer e eu me sucumbir na aceitação do que nunca quis, mas
como diz o velho ditado “aceita que doi menos” talvez o caminho seja este, e
não o que andei trilhando ao longo do tempo, acho que fui meio tosca.
- Droga!
- Acabo de pensar ao lembrar da madrugada estranha e do momento em que me pus
de braços para trás e tomei aquele tapa no meio do peito, com os cinco dedos
apurados numa verdade que eu já deveria ter visto, mas as mentiras baratas me
entorpeciam a mente e me massageavam o ego. Mas, o mais controverso de tudo é
que no fundo a porrada me fez bem, mesmo me fazendo descer da minha pose e ter
dado um verdadeiro show de drama, tsc tsc tsc...
Eu
precisava mesmo disso, eu precisava abrir os olhos, mesmo me assustando com o
que vi, eu precisava. E hoje me sinto mais leve, na certeza dos erros que não
foram meus, e também porque verdade é algo libertador, e garanto que houve liberdade
para ambos naquele momento.
E o
melhor de tudo é o reconhecimento que fiz depois, enxerguei meu próprio egoísmo,
e agora ponho um “the end” em tudo isso. Ufa! Finalmente ponho minha sapatilha,
o salto já estava apertado demais.
De fato
ainda não sei ao certo se há alguma lenha para ser queimada, mas sei que agora
estou mais na minha, sem me preocupar em me equilibrar, agora que já aceitei
pra doer menos, não doi mais! Fim, ou reticencia, estou preparada. Ah, não que
eu tenha esperança de nada, mas verdade seja dita, há falta de vergonha na
cara! Mas se não for, o cheiro de cravo cravado em mim uma hora passa, saudade
pode sim ser passageira.
Agora é
hora de dançar bem gostosinho no ritmo que a vida me dá, e olha... Gostoso
mesmo é o que anda me aparecendo por ai, e a melhor parte é que tenho me
apresentado de pé rasteiro, e tem sido uma delicia.
AH, que
delicia estar de pés livres...