Por fim acabei que voltei para o começo. Voltei para quando eu me debulhava em lágrimas por qualquer situação, voltei a fraquejar, voltei ao meu erro de não conter as minhas palavras.
Ontem fiz mais do que chorar; desmoronei, desgracei-me, e depois me culpei por isso.
Chorei para tentar tirar esta adaga do meu peito, mas apenas consegui com que ela penetrasse ainda mais, me fazendo sangrar, me causando uma ferida profunda demais, e quanto mais profunda ela fica, mais difícil fica de fazer cicatrizar.
Chorei por detestar o espelho, chorei por perder as pessoas que gosto, chorei pela minha mania de amar errado, chorei por estar cansada, chorei pra desatar o nó, chorei porque o nó apertou ainda mais.
E eu que sempre chorei para me libertar, desta vez não consegui. A redoma de bloqueios na qual me coloquei é tão forte que as minhas lágrimas simplesmente inundaram tudo, e me afogaram.
Não adianta me dizer que sou linda, enquanto o espelho me disser o contrário, é nele que vou acreditar;
Não adianta dizer que se perdi pessoas foi porque elas nunca me pertenceram; tá fazendo falta, já tive momentos bons ao lado delas, e é isso que me dói;
Não adianta dizer que a minha dor de um amor mal curado vai passar, não é tão simples;
Não adianta me pedir calma, me pedir pra descansar disso tudo, por mais que eu tente, é impossível a tentativa de esquecer.
Voltarei aos meus bloqueios, chorar me fez mal, chorar me fez sentir fraca. Tenho preferido me corroer, me sufocar na vontade de deixar as lágrimas rolarem, do que parecer frágil e necessitada de colo por estar chorando.
Um comentário:
Então, não digo nada!
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