sábado, 15 de outubro de 2011

Ela chora, ela se indigna, mas ela vive


 Oi eu ainda existo, kkk
 Então que tenho passado mil e duas coisas na minha vida e não tenho vindo aqui compartilhar com   vocês, mas esse blá blá blá todo eu já contei e não vou contar pela milésima vez.
Eu sempre soube que trabalhar não seria fácil, e que o primeiro emprego principalmente seria talvez o mais difícil de todos pela minha falta de experiência não só em relação as atividades que  tenho que exercer, mas também pelas pessoas que me rodeiam. A minha maior dificuldade é em relação a sempre ter “colocado na cara” tudo aquilo que sinto, e agora tenho que me controlar, engolir tudo e ficar neutra, sem um pingo de expressão mal satisfeita que seja. Essa semana as coisas passaram tanto dos limites que acabei chorando horrores, pessoas que não deveriam me viram chorar, então me tranquei em uma sala, já que teria mesmo que ir lá. Ali desabafei todo meu estresse, chorei como nunca mais tinha chorado, e olha que eu já tinha um bom tempo sem chorar. Saí da sala como se nada tivesse acontecido. De repente achei o meu recanto ali naquele lugar tão sufocante; uma sala vazia de pessoas e cheia de documentos, deveria não gostar dali, já que lá tenho que fazer uma das coisas que menos gosto, mas o fato de ninguém ficar ali me confortou bastante, pena que não posso ficar naquela sala, adoraria! Aquele silencio é maravilhoso! E durante esse episodio, acabei dizendo a um colega que eu não era capaz de estar ali, que eu não tinha competência, ele foi a melhor pessoa possível comigo e me disse “o fato de você estar aqui quer dizer que você é competente sim, todos nós somos! Qualquer ajuda que você precisar me procure, não tenha medo de me procurar e me perguntar nada, eu vou estar sempre aqui pra te ajudar”, então fiquei muito melhor, felizmente em meio a tudo aquilo achei alguém que estivesse disposto a me ajudar, a me por pra cima. E ele foi maravilhoso o resto do dia, até ligar para o meu telefone ligou só pra me levantar como ele mesmo disse.
Como eu sempre disse aqui O QUE NÃO ME FALTA É PEITO PRA SUPORTAR, já passei por tanta coisa nessa vida e não vai ser agora que vou fraquejar, não mesmo!
Mudando de assunto...
Me senti no direito de me indignar e vou tornar isso publico mesmo!
Estou tento aulas de literatura africana, a professora não faz parte do corpo docente do meu colégio, ela é universitária e está em um projeto preparatório para exercer a profissão.
Ela levou um poema de Gregório de Matos onde dizia:

[...]
Depois de feito o conchavo 
passei o dia com ela, 
eu deitado a uma sombra, 
ela batendo na pedra. 
Tanto deu, tanto bateu 
co'a barriga, e co'as cadeiras, 
que me deu a anca fendida 
mil tentações de fodê-la.
[...]


Ela estava mostrando o quanto o poeta expressava ter uma opinião preconceituosa em relação aos negros e mulatos, onde as negras apenas serviam para o trabalho e as mulatas para fornicar. E também fazia-se uma comparação entre as obras como músicas e poemas de ontem e hoje.
Todos nós entendemos muito bem o que ela estava querendo nos passar. Somos alunos do terceiro ano, não somos nem um pouco crianças e todos sabemos muito bem o que é foder ¬¬. A minha indignação veio quando soube que a professora foi chamada de leviana e ameaçada de sair do projeto apenas por ter levado a palavra foder para a sala de aula. Professor que falta ou que simplesmente está na escola, mas não dá aula não é expulso, professor que não ensina nada, que entra na sala apenas pra dizer que entrou e por três anos consecutivos apenas passa resumos sem explicação alguma do assunto não é expulso, professor que trata aluno como se nós não fossemos nada não é expulso, agora, uma profissional que tenta nos passar valores, que nos mostra o quanto o preconceito é forte na nossa sociedade desde muito tempo atrás, que levou uma palavra que é NORMAL AO NOSSO COTIDIANO a sala de aula, sendo que todos somos maiores de 16 anos e existem até mesmo adolescentes casados e com filhos é chamada de leviana e é ameaçada de expulsão. PELO AMOOOOOOOOOOOOR DE DEUS! Vamos ser menos cabeça pequena, vamos parar de falso moralismo! A palavra foder é parte do nosso vocabulário, e cá pra nós  quantas pessoas naquela sala não fodem? Será que quem a chamou de leviana não fode também? Não fala foder? Ou coisa pior? A vá, se ainda fossemos crianças, mas somos quase adultos, que mal há em mostrar dentro de um poema uma palavra que usamos quando estamos com nossos amigos, ou até em casa mesmo. FODA-SE QUE FODER SEJA UM PALAVRÃO! Havia toda uma proposta de aprendizado ali, ela não levou esse poema por nada. Sinceramente, fico ch9aateada com a cabeça pequena das pessoas. E tenho dito! AAAA e só pra finalizar, VÁ SE FODER esse (a) falso (a) moralista!
E hoje fico por aqui, prometo não demorar.

Um comentário:

Lara Mello disse...

As vezes o que só precisamos é chorar um mundo e um ombro amigo, já conseguiu, fica bem :)

Nem me fale dessas coisas do Maria Anita que todos os professores ali me odeia, porque eu falava horrores e brigava horrores com eles..
Depois tu me conta o nome desse, para saber se era da minha época :x

Bju!