domingo, 13 de janeiro de 2013

Flamejar


Ôh morena que encanto és tu? Que encanto és tu pequena de essência menina, mas tão voraz mulher? Quem és tu moça meio torta, meio louca , de sorriso frouxo feliz? Ôh morena que encanto és tu? Me diz!

Digo-lhe meu caro que sou deusa de encantos febris, de corpo inteiro flamejante por paixões desvairadas, vivo por deixar-me arder em chamas de amores, eu sou a loucura, eu sou o turbilhão e a droga mais viciante. Eu sou a menina que deixa flores nos caminhos em que passa, eu tenho o sorriso bonito, aberto, feliz, e o olhar que tanto diz, é só parar pra ver, minha iris não esconde o quanto tenho cores, o quanto sou bonita dentro e fora, e a minha boca flui minha alma linda, pura e ingênua, tão paradoxa a minha própria mente; sedenta, vadia, sacana, cheia de fetiche, instintiva, fervente.
Entre minhas pernas arde carência feminina, o meu peito pede um colo onde eu possa repousar depois do dia, a minha pele anseia mãos que a aquiete, mas que também a faça arrepiar a espinha, que me faça não só respirar ofegante, mas que por um segundo me faça perder todo ar e me faça implorar por isso, eu gosto disso, gosto que me acabe, me deixe louca, me faça gemer até gritar, eu gosto do estrago!
Eu gosto também do cuidado, do apego, do afeto, de tudo que colore aquilo que está em cores gris, mas gosto das asas, gosto de batê-las, anseio e respiro liberdade, mas preciso de um porto para voltar.
Mas ôh seu moço, não vai achando que sou só isso ai não, sabe moço nem eu sei ao certo que encanto sou viu? Sei que eu tenho uma coisa meio Afrodite em mim, outra meio mulecão, e ainda tem a parte da mulher peito forte, é seu moço também sou meio “mulher bamba” como diz a música da Ana, forte que só, uma muralha, orgulho danado tenho de mim.
Ah meu caro, eu daqui nem sei mais como me pautar, poetizar-me é complicado, sou uma suma de mil mulheres sintetizadas em uma, e talvez essa seja toda minha graça e encanto; essa coisa ardente e imensa que sou, né, seu moço?

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