terça-feira, 4 de junho de 2013

Sapatilha 36

Breves explicações: eu vivo sumindo e aparecendo por aqui, confesso que é muito difícil manter uma rotina em um blog, horas porque as atividades do dia não deixam e horas porque o mundo tá tão nas suas costas que você não consegue sintetizar nada, mesmo que você precise desse peso pra escrever, afinal é seu jeito de por pra fora, cá estou eu para por.

Não quero descrever-me em palavras completas, com riqueza de detalhes, e isso é sim o meu orgulho falando alto, não quero que haja percepção sobre o que digo, embora se o alvo ler, vai saber de cara, espero que não leia, por vaidade minha, não quero...
Foi inevitável sentir o tão negado, mas não foi difícil esconder, nem para mim mesma, simplesmente fui mentindo ao longo dos meses para qualquer um que me perguntasse, e até para mim quando a mim mesma indagava - será? FOI!
Cá estou eu, ainda com a farda do trabalho e quisera eu estar sentindo em mim cheiro de rua, mas teu cheiro ainda se faz presente em mim, maldita essência de saudade que tu tem, moço.
Depois de um final de semana inteiro de porre, cachaça, choro, grito e verdade onde depois de tanto tempo acabei descendo, ou pior caindo do meu salto, ponho-me mais uma vez de pé, só que desisti do meu salto 15 cm e pose de mulherão, resolvi por minhas sapatilhas confortáveis para poder dançar, já que gosto tanto assim de seduzir a vida, o salto 15 me faz perder o compasso e cair, quero da próxima vez rodopiar sem medo, sem o disfarce de ser mais alta, mais imponente, quero minha pose natural, se assim eu cair, pelo menos a queda será bem menor, bem menos dolorosa, afinal, estarei no meu patamar com minha sapatilha moleca tamanho 36 que estão novinhas, meu sapato alto é que já está surrado demais.
Mais uma vez  traguei a minha própria alma olhando o dia amanhecer e eu me sucumbir na aceitação do que nunca quis, mas como diz o velho ditado “aceita que doi menos” talvez o caminho seja este, e não o que andei trilhando ao longo do tempo, acho que fui meio tosca.
- Droga! - Acabo de pensar ao lembrar da madrugada estranha e do momento em que me pus de braços para trás e tomei aquele tapa no meio do peito, com os cinco dedos apurados numa verdade que eu já deveria ter visto, mas as mentiras baratas me entorpeciam a mente e me massageavam o ego. Mas, o mais controverso de tudo é que no fundo a porrada me fez bem, mesmo me fazendo descer da minha pose e ter dado um verdadeiro show de drama, tsc tsc tsc...
Eu precisava mesmo disso, eu precisava abrir os olhos, mesmo me assustando com o que vi, eu precisava. E hoje me sinto mais leve, na certeza dos erros que não foram meus, e também porque verdade é algo libertador, e garanto que houve liberdade para ambos naquele momento.
E o melhor de tudo é o reconhecimento que fiz depois, enxerguei meu próprio egoísmo, e agora ponho um “the end” em tudo isso. Ufa! Finalmente ponho minha sapatilha, o salto já estava apertado demais.
De fato ainda não sei ao certo se há alguma lenha para ser queimada, mas sei que agora estou mais na minha, sem me preocupar em me equilibrar, agora que já aceitei pra doer menos, não doi mais! Fim, ou reticencia, estou preparada. Ah, não que eu tenha esperança de nada, mas verdade seja dita, há falta de vergonha na cara! Mas se não for, o cheiro de cravo cravado em mim uma hora passa, saudade pode sim ser passageira.
Agora é hora de dançar bem gostosinho no ritmo que a vida me dá, e olha... Gostoso mesmo é o que anda me aparecendo por ai, e a melhor parte é que tenho me apresentado de pé rasteiro, e tem sido uma delicia.

AH, que delicia estar de pés livres...

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