sábado, 17 de novembro de 2012

O conto das cinco para as cinco


Tentar poetizar-me hoje vai ser meio complicado, não pela falta de sensações ou de coisas para contar, muito pelo contrario, são mil e dois motivos para relatar, motivos bons, ainda estou zonza...
Destilar-se em algo forte, era disso que eu precisava; de um porre, uma cachaça bem tomada pra talvez assim encarar melhor a minha vida, e olhem só que coisa louca, fui beber com um praticamente desconhecido, o que eu sei mesmo dele é o nome e o pouco que ao decorrer da bebedeira fui permitida conhecer, conheci o moço num dia e um após estava tomando umas com ele, que mocinha doida...
Tomei a primeira, segunda, terceira, como sou fraquinha pra bebida a esta altura já estava tontinha da silva, rindo do vento, falando da minha vida como se o desconhecido se importasse, pelo menos demonstrava gostar de ouvir. As horas passaram, ele me trouxe até próximo a casa onde estou, e eu no caminho meio que tropeçando dizia a mim mesma “sou louca!” e ria...
Não, eu não estava bêbada, só estava naquela fase extasiada do porre, estava “grog” digamos, estava bebendo com um desconhecido, não podia ficar bêbada, pelo menos a minha loucura não podia bater enquanto estivesse com ele, fui a pessoa mais sóbria do mundo, pelo menos enquanto estava com ele.
Ao chegar em casa, como ando com a cabeça cheia de “porquês” me deparei pensando na vida, droga, eu não deveria fazer isso, quanto mais eu penso, mais me sobram duvidas, mas olha que coisa engraçada; tive mil duvidas, e procurei meu refugio pra tentar me achar, liguei para a pessoa que juntos vamos construir nossa vida, quer dizer; a minha vida! Ele vai me tirar de casa, me levar pra morar junto com ele e recuperarmos todo o tempo perdido que o meu pai não nos deixou viver, e ele me ouviu, eu chorei, falei as minhas angustias, incertezas e ânsias, como estou ansiosa para irmos viver juntos, como tenho vontade de ir viver o que nunca vivi com meu irmão (pensaram que era com quem? rs). Essa foi a primeira parte boa do álcool no meu sangue nesta noite, essa conversa boa de irmãos/amigos que eu nunca tinha tido assim tão intensamente com ele, e quero ter mais vezes, bêbada/grog ou não (risos).
Mas encher minha cara ainda me trouxe mais coisas boas, mais uma conversa maravilhosamente agradável, mais uma que nunca tinha tido e preciso ter mais vezes, aliás, não foi uma conversa, foi um conto, como ele mesmo me disse hoje, mais uma coisa engraçada; hoje quem me ligou bêbado foi ele, ah e quem é ele? Vamos chamar ele de meu caso ok? Minha mais nova paixonite, eu e minhas paixões...
“Meu amor” nunca havia o chamado assim, eu e minha mania de esconder-me, de não demonstrar nada, mas o álcool me fez chama-lo. “To meio bêbada, ta?” ele já desconfiava, muito estranho não o chamar como o de costume...
“Tá acordado?” que moça maluca, já era 01:00 da manhã, e se ele estivesse adormecido? O acordaria certamente. Meu celular toca, e eu bem tontinha tentando não falar besteira, nem me recordo se falei alguma (risos bobos). Nos embalamos em uma conversa que duraria 5 horas, varamos a noite num tipo de busca pelo conhecimento um do outro, fiquei sabendo que sou o tipo de mulher que todo cara procura, sou é? (rindo e dizendo “ai meu Deus”). “Porque tu me disse que sou complicada?” “vou tentar explicar”, realmente, sou uma mocinha bem complicadinha, cheia de labirintos, mas fui desenrolando, me complicando menos ao longo da conversa, deixei claro que para me entender leia-me nas entrelinhas, e saiba que adoro queimar, adoro fogo, até os últimos fios do meu cabelo exalam amor, apesar de que não amo ninguém e não acredito muito nessa coisa, mas sou toda dada a paixão e a possível crença de um dia realmente amar alguém. “Paciência” eu sei, e aprendi que devo ter, olha, enquanto a nós, se é que posso dizer “nós” há muita paciência em relação a tudo, é como eu disse “quero ir curtindo pra um dia quem sabe a vida me fazer apaixonar, quero nada complicado” to gostando disso, de ser teu caso. Acabo de dar uma pausa, reler o que escrevi até aqui e pensar como findar esse texto, pragmática que sou de vez em quando, rs. Que coisa ein, eu que sempre quando bebo acabo me jogando num poço, dessa vez me achei e tive conversas que me tiraram pesos e me trouxeram paz, foi como uma brisa boa que os anjos sopraram em minha direção, foi meio torta a forma como fui conduzida e esta alegria, tive que tomar umas pra de fato encarar melhor a vida, e ter coragem até mesmo de simplesmente chamar meu caso de “meu amor”, que ousadia te chamar de meu (rindo muito). De nós tenho a sensação de que são dois malandrinhos se juntando, duas pessoas nada normais que se identificaram, e pra ser muito sincera e direta, duas pessoas que não prestam nem um pouco (rindo alto e falando “ai meu Deus” pensando na possível reação de quando meu caso ler isso), e talvez a graça desse nosso conto, dessa nossa historia que está começando a se tecer seja essa mesmo; não prestarmos, não valermos quase nada, mas temos uma vontade em comum, uma boa vontade...
Que bom ter visto o dia clarear, que bom que enchi minha cara, que bom a conversa franca com meu irmão, que bom ate mesmo o desconhecido, se bem que to com medo dele virar um pé no meu saco (já repararam como repito essa frase nos meus textos?), já me ligou mil vezes hoje pedindo pra me ver, devo ser boa companhia de mesa de bar, ou ele deve estar me querendo, quero ele não, ele não...
Que historia meio louca, que mocinha piradinha, já não é normal, grog então... Mas fez historia, foi uma boa noite, foi valido, faria novamente.
 E depois de ter finalmente desligado meu celular ás 04:55 da manhã e demorado a adormecer por estar meio afoitinha com tudo, acordei sentindo-me leve, rindo da minha cara de ressaca e noite não dormida, acordei mais bonita, mais viva, e com vontade de ver as duas pessoas que por telefone me fizeram ter certezas que eu andava precisando, um eu quero ver pra abraçar e acertar nossas vidas, verei amanhã, novamente vou encher a minha cara. O outro eu quero ver pra olhar pra ele como gosto; de pertinho, dar um beijo na boca, rir daquela cara de idiota, das cantadas que ele tira não sei de onde que me matam de rir, e poder dizer “obrigada moço, pelo conto das cinco para as cinco”, boa historia essa nossa, né “meu amor?” (rindo e pensando se devo terminar meu texto assim mesmo, acho que devo, vou termina-lo assim, agora sorrindo boba).

2 comentários:

Unknown disse...

ahaha vlw pelo conselho Taiane, sabe se eu nao tivesse vestibular no sabado na sexta juro que ia bebe.. mais quem sabe no sabado a noite? rsrsrs

beeeijos

Nathalia Passarinho disse...

HAHA Pela suas palavras eu posso sentir sua felicidade.

Normalmente quando as pessoas bebem ficam chatas, meio depressivas.
Mas no seu caso foi direito, você ficou muuuuuuito feliz e fez coisas que talvez em sã consciência não faria.
Sabe o que eu acho? Que o maior motivo dessa felicidade é esse seu novo caso hahah