Ouço
de longe o samba que até dias atrás batucava na minha praça me fazendo mexer o
corpo seguindo a nota, comigo tomando cuidado e sempre dizendo que eu só queria
o passo curtinho e nada de muito repique, só mesmo um chorinho de poucas notas
pra música ficar gostosinha e eu ir assim mansinha.
Talvez
o meu jeito miúdo sem muitas pretensões tenha sido o “afaste” da tua banda do
meu coreto, e hoje eu só ouço assim baixinho tua música já lá no final da rua,
cada dia mais distante, mas ainda assim eu danço, e continuarei rodopiando ao
léu da vida, daqui mesmo do meu ponto de partida, mesmo com meu recanto meio
cinza e parado, vou me balançar nas ondas das lembranças e trazer comigo a do
nosso enredo e sorrindo pra quem sabe ter ainda aquele encanto quando passe, alguém note
e eu novamente sambe, mas dessa vez ao som de uma bateria inteira. Mas
por enquanto o meu passinho só vai mesmo é no chorinho da saudade desse teu cheiro marcante de cravo, dessa tua voz tambor e esse teu ritmo que mexeu-me inteira.
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